domingo, 15 de julho de 2007

Até sempre !



A vossa companhia foi uma honra e um prazer.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

O futuro está nas mãos do presente !

lutemos contra a falácia democrática

A política é uma forma de governar, e o "regime democrático" é uma ideología que fundamenta na demagogia a forma de governar… uma falácia !

Solicito a vossa leitura para um artigo (em seis partes) sobre "o que é a democracia", publicado no "Prometheus"
http//:hesperialeuropa.blogspot.com
sob o titulo "Sistema Oligárquico e Regime Democrático"
nos dias 18, 20, 22 e 24 de Junho e 05 e 10 de Julho de 2007.

Devemos conhecer a "coisa" à qual nos enfrentamos.
Às mentiras propaladas pelo "regime" devemos contestar com a verdade da História, não com cacarejos sem fundamento.

A cultura é a arma que devemos brandir perante o acosso da mediocridade, pois é o nosso futuro, e o das próximas gerações, que está pendente das nossas acções.

Tenhamos presente que a oligarquia política e empresarial somente se preocupa com a sua manutenção no poder, e no enriquecimento próprio.

Nenhum povo com aspirações e vontade de Ser, pode construir um futuro com auto-estima e dignidade se não assume com honestidade e valentia intelectual os verdadeiros pilares que sustentam a sua identidade colectiva.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Pós-pós-modernismos... (II)

a pseudo cultura

O anterior comentário não atravessa, nem sugere, as necessidades determinadas por Maslow, nem a problemática dos espaços fechados de Foucault, embora considere que são temas próximos e de interesse evidente, mas não no contexto da minha critica, directamente dirigida ao "politicamente correcto" e à metamorfose, melhor dizendo, à transmutação que essa ideologia introduziu no conceito de arte.

Arte ("ars" ou "téchne") é uma aspiração ao absoluto, uma representação pela forma, pela cor ou pelo som do objectivo estético que formulamos em nós como projeccção cultural.

Uma pintura renacentista tem um impacto emocional num indivíduo europeu, que nunca terá em individuos africanos ou asiáticos.
Cada cultura tem as suas representações, os seus símbolos e os seus mitos !

Pretender, como com a denominada "arte-contemporârea", globalizar a expressão artística de culturas diversas é, antes de tudo, uma ignóbil falácia, destrutora de valores éticos e inibidora da simbologia "marcadora" de um acto cultural diverso.

A intitulada "arte-contemporârea", nada tem de arte (como expressão de uma cultura) e não passa de mais uma promoção de desarranjos psíquicos (como o "orgulho gay") conscientemente difundidos para desequilibrio do conjunto da sociedade.

Arte é imagem (volume/cor/som), uma necessidade de equilibrio estético que o ser-humano sempre ressentiu, desde o anónimo gravador rupestre até Miguel Angelo ou Joseph Haydn.

Eliminando esse momento ao ser-humano, neste caso ao europeu, substituindo-lhe a beleza de um trecho musical de Vivaldi por um batuque bantú, um quadro de Velasquez por uma tourada multiforme de Picasso, uma escultura de Rodin por dois rolos de papel higiénico pendurados do tecto, a "coisa contemporânea" afecta gravamente o equilibrio emocional dos individuos.

E o "politicamente correcto" sabe-o perfeitamente, e actua em consequência, infelizmente seguido por uma coorte de ingénuos, convencidos de que estão sentados na "Catedra Petri" do progresso.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Pós-pós-modernismos...

ou a fossa cultural

O sr. Antonio Gramsci apercebeu-se, nos anos 20 do século passado, que estava passada a época das revoluções de rua.
Os teóricos do marxismo, principalmente os fazedores da "Teoria Critica", uma definição eufemística para o "cultural marxism" ou "political correctness", compreenderam e assimilaram a mensagem.
Infiltrando-se no ensino, na informação, no cinema, no teatro e na literatura, gradualmente foram subvertendo a "ideología cultural" nascida e desenvolvida na Europa.
Com todos os meios financeiros ao seu dispor, foram gradualmente pervertendo, submergindo a cultura europeia num "caldo" de puro nihilismo anti-estético.
A pós-moderna cultura europeia, seja na arquitectura, na pintura, na escultura ou em qualquer outra expressão artística, não é mais que um arremedo de cacafonia mental objectivamente direccionada à destruição dos valores éticos e estéticos que configuram o nosso conceito de arte.
Através das escolas e dos meios de informação desvirtuaram uma realidade cultural, e transmutaram-na numa moda que os ingénuos e os ignorantes seguem por instinto mimético.
Que relação pode haver entre as expressões de arte grega, romana ou renascentista (entre elas esteticamente concordantes) e as inqualificáveis pasmaceiras a que designam de "arte-contemporânea" ?
Intitular de "museu" um armazém de arrumos de objectos informes, alheios a qualquer taxinomia em que impere um minimo de bom senso, é um insulto à inteligência.

Colocaram as "coisas" em Lisboa ? Pois, felizmente para outras cidades que não têm de suportar semelhante desvairo.

E isto num país em que muitos portugueses não sabem o que é água corrente em casa… num país em que as mães dão à luz nas ambulâncias porque fecharam maternidades… onde crianças têm que percorrer quilómetros diariamente porque fecharam escolas…
Mas o sr Berardo, que o sistema politico autorizou a ser multi-milionário, aplica milhões em necedades (outras se avizinham) no mais profundo desprezo pelas necessidades primárias de tanta gente…

Que no Porto existe um "museu" de coisas parecidas, um "cubo-ortorômbico", e um "pátio das mesquitas" onde floresciam flores… tudo isso é profundamente lamentável.
O que não impede os basbaques, que só pensam alguns segundos por mês (porque a televisão pensa por eles), irem a esses locais fazer fotos para mostrar como são "evoluidos"…

Dizia Barnum que o mercado para a estupidez é gigantesco, pois o número de clientes é potencialmente ilimitado ; mercado esse que permanece equilibrado porque sempre existe uma oferta abundante disponível.
Mais grandioso que a estupidez humana, talvez somente a demagogia de quem detém o poder politico (e que tão pouco é isento da dita).

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Regionalizar é um objectivo politico !


criemos um
"Movimento Cívico"

É por demais óbvio que a oligarquia (política e empresarial) está contra a perda do poder centralizado nas margens do Tejo.
Se, por circunstâncias que lhe são estranhas, tiverem que ceder a uma descentralização, decidirão por um esquema regional que mais não será que um criar empregos e subvenções para os "políticos da praça" e montar uma pseuda administração local.

E isso é uma falácia, um engano, uma burla demagógica…

Os políticos que até hoje têm sido simples títeres de um poder centralizado, não se vão converter (por arte de magia) em consequentes regionalistas.
Sejamos conscientes que as organizações políticas, há mais de trinta anos alternando-se no poder, nada fizeram para que a Regionalização avançasse !
Somente os ingénuos podem manter confiança nessas instituições.

O Prof. Freitas do Amaral, na sua última aula na Universidade Nova declarou, na presença do 1º ministro sr. Pinto de Sousa, que "a não realização do "Regionalização" prevista na Constituição deve ser considerado "uma ilegalidade por omissão".

O Prof. José Marques dos Santos, reitor da Universidade do Porto, afirmava em recente entrevista ao "JN":
Os empresários e os artistas vão todos para Lisboa. Às vezes, interrogo-me se estão à espera de algum deus que venha criar as condições na região.(…)

De todas estas afirmações retira-se a conclusão de que para além de ilegal, a omissão da regionalização perturba e desiquilibra o indispensável desenvolvimento do Norte do País.

Porém, não nos deixemos enganar, a "Regionalização sugerida" actualmente pelos políticos de turno insere-se num contexto meramente administrativo e consentâneo com a sua continuidade (deles políticos) como oligarquia nacional com funções delegadas nas Regiões.
E isso não é "Regionalização", mas sim uma falácia, uma mais que nos querem impingir.

A "Regionalização" impõe-se essencialmente por quatro factores:

1. de ordem cultural
pelas tradições, costumes e "falares", patrimonio cultural de várias regiões, em vias de esvaecimento pela pressão normalizadora com origem no Estado, que a provoca desde os meios de comunicação (rádio, Tv e imprensa) e pela manipulação do ensino na disciplina de História.

2. de ordem administrativa
pela dependência da burocracia estatal relativamente às decisões de processos administrativos, exageradamente tomadas desde o omnipresente centralismo "da capital".

3. de ordem económica
pela total subalternidade aos projectos e decisões de um governo central alheio às realidades económicas, às exigências e carências de povos que, cada vez mais, são atingindos pelo desemprego e pela falta de recursos.

4. de ordem política
pela evidente irresponsabilidade dos governos que legislam e executam como se os povos da periferia fossem feudos do Terreiro do Paço.

Sem meios de comunicação locais, sem autonomia administrativa, sem políticos locais, não dependentes de organizações políticas sediadas na "capital", a "Regionalização" continuará pendente.

Os partidos políticos encerram-nos numa "jaula política" que nos pretende manipular e coarctar a liberdade de acção.

Sejamos claros e directos : não nos interessam as soluções apresentadas pelos políticos comprometidos com a oligarquia, nem a sua participação !

Somente os aceitaremos como individuos, como colaboradores livres de dependências partidárias.

Devemo-nos organizar com base na sociedade civil… não nas estruturas políticas enfeudadas ao poder centralizador.
E a sociedade civil não tem socialistas, social-democratas, comunistas ou fascistas, mas sim individuos, operários e técnicos, profissões liberais e funcionários públicos, estudantes e professores, homens e mulheres…
Todos unidos no propósito de desenvolver a comunidade onde vivem e compartilham penas e alegrias !

Através de associações, grupos, colectividades e fundações, lancemos as bases de um "Movimento Cívico" capaz de impor a decisão de um povo que recusa acatar cobardemente as decisões de grupos políticos que, em trinta e três anos, já manifestaram toda a "grandiosidade" da sua corrupção e da sua inépcia.

Compete-nos tomar a iniciativa.

As vitórias conquistam-se !

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Exigir a Regionalização...




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ou continuar avestruz ?
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Excerto de uma entrevista concedida ao "JN" pelo Presidente da Galiza (Emilio Perez Touriño), publicada em 25 de Junho de 2007.

JN
Como um bom conhecedor do Norte de Portugal, o que é que acha que impediu a região de evoluir?
EPT
Quando olho para trás sinto-me um pouco surpreendido. Recordo que, há dez anos, era ao contrário.
Nos anos 90, tinha a impressão de que os galegos olhavam o Norte de Portugal e para o Porto como uma referência emergente.
As coisas evoluíram de forma díspar e talvez nós, nos finais da década de 90, tenhamos acelerado mais o passo e aproveitado oportunidades.
Provavelmente a Região Norte foi um pouco mais lenta na sua evolução, mas creio que nada a impede de pensar num futuro optimista.

JN
Em que medida a descentralização política podia ajudar o Norte?
EPT
A descentralização política, a autonomia, ajudou muito ao que o meu antecessor (Fraga Iribarne) chamava de auto-identificação do país, ao gerar forças próprias e estímulos endógenos. Mas não é o cem por cento da explicação. Tem também muito a ver com iniciativa empresarial.
A autonomia foi um factor decisivo para gerar iniciativa empresarial, para lhe dar asas, para que voassem as iniciativas e para dotar a Galiza de equipamentos, de serviços, de estruturas, e para o crescimento das universidades.
A excelência empresarial tem muito a ver com o âmbito autonómico.
Mas, dito isto, também é verdade que a própria iniciativa empresarial, que umas vezes acerta e outras não, foi determinante.

JN
Entende que, com a regionalização, Portugal poderia ser hoje um país diferente?
EPT
Diferente sem dúvida e, com a prudência extrema a que me obriga a minha responsabilidade institucional e o respeito que devo a um país amigo, ao seu Governo e às suas decisões, creio que esse é um caminho que vale a pena percorrer.
A experiência espanhola foi extremamente positiva. Há uma leitura a fazer passado este tempo.
Além de nos resolver um problema de diferenças culturais, linguísticas, políticas do Estado espanhol, a autonomia foi muito positiva do ponto de vista dos efeitos de descentralização política e económica.
Ajudou a melhorar o ritmo, o andamento, a autoconfiança, a estabilidade, etc. E isso é quantificável em termos económicos.
A regionalização é uma aposta que acompanho de perto com muita atenção e com muita vontade que resulte.
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comentário
Enquanto isto… as gentes do Norte de Portugal continuam à espera que o Terreiro do Paço "faça o favor", se não se importa, de dizer o que prevê que vai pensar sobre o assunto…
Talvez "descentralize" uns escritórios de algum subsecretário… construa um TGV que permita ir a Lisboa prestar vassalagem mais rapidamente… enviar uns subsidios… enfim, daqui a dez anos voltarão a falar no assunto.

O servo mais subjugado é aquele que não é consciente de o ser !
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segunda-feira, 25 de junho de 2007

Autoestradas p'ra ir a "Ljbôa"


Isto é qu' é "pugreço", pá !


"Sócrates considera prioritária ligação por auto-estrada a Bragança"
noticia publicada no Publico.pt (Lusa) em 24.06.2007

Eis algumas opiniões de leitores, publicados pelo mesmo jornal :

Quer pôr fim ao isolamento, ou quer votos nessa zona do país, tradicionalmente PSD?
É que quem anda por todo o lado a fechar escolas primárias, maternidades e centros de saúde, no interior do país, realmente tem uma forte preocupação com o isolamento do interior!
Não percebo este tipo de política...Primeiro fecha serviços, obrigando a população a deslocar-se Kms ou a mudar de terra para os poder usufruir e depois melhora acessos? Qual é a lógica?
por S. Viana, Porto

Eu, que nasci para lá do Marão, acho que continuamos a ser enganados pelos mentirosos.
As obras vão demorar mais uns anos, porque os fundos destinados a Trás-os-Montes são desviados para pagar aos "boys" e, talvez, se a Câmara de Lisboa fôr para o PS, para pagar as dívidas.
por Castelhano, Porto

Em vez de se dar prioridade ao transporte ferroviário, continua a apostar-se nas estradas, como forma de desenvolver o país.
Os lobbies da construção civil agradecem, mas as populações do interior ficam cada vez mais atrofiadas.
Somos, de facto, "um país de bananas governado por sacanas".
Então se o António Costa ganhar em Lisboa (não com o meu voto) fica o ramalhete completo...
por Brotero, Lisboa

Prioridade absoluta! E que mais Senhor Engenheiro.
Por enquanto, para ir de Vila Real a Bragança existe uma estrada onde a circulação esta' perfeitamente assegurada (ainda nao se vê a utilidade de gastar um dinheirão para tal projecto - há outras necessidades muito mais importantes e urgentes) a não ser que seja para favorizar a circulação de alguns burros e camelos ocasionais...
Mais seriamente, as verbas à disposição do Estado têm e devem ser utilizadas com mais discernimento.
Se assim não for, o atraso de Portugal nas diferentes áreas tocando ao Ensino, Formação Profissional, Saúde, Cultura, Protecção da Natureza e nao só, virá a ser, quiçá, irremediavelmente comprometida.
por H.Felgueiras, Montpellier - França
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comentário
Numa entrevista concedida ao "JN" (17-06-2007), Paulo Morais, antigo vice-presidente da Câmara do Porto e ex-vereador do Urbanismo, entre outras coisas, afirma :
1.
(…) Por que motivo são os promotores imobiliários e os construtores os grandes financiadores da vida partidária?
Naturalmente que querem alguma coisa em troca.
Por que ninguém analisa quais são as contrapartidas destes financiamentos?
E não falo apenas de financiamento dos partidos, mas também da vida de todos que giram na órbita dos partidos.
No financiamento partidário, quem arranja dinheiro para os partidos fica com 40%.
Por isso, há muitas pessoas que nunca tiveram actividade conhecida mas acumulam fortunas.

2.
(…) O mais importante é intervir nas causas. O regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial tem já oito anos.
Preconizava-se que as condições segundo as quais os solos podiam ser reclassificados de rurais para urbanizáveis seriam excepcionais.
Teriam de ser regulamentadas de forma uniforme no país e em 120 dias.
Passaram oito anos e nada.
Quatro chefes de Governo ficaram reféns das negociatas. (…)
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Afirmações que ajudam a melhor compreender o afã dos políticos em inaugurar milhares de toneladas de cimento e asfalto, convertidos em estradas… ou em colmeias de 10 andares (ou 30 ou 50)… em hiper-super-macro centros de comércio onde se come "lixo transgénico" e se bebem "residuos químicos"…

Não se edificando mais escolas nem hospitais, não havendo mais estádios para construir e sendo manifesta a inflação de pontes, onde gastar importantes quantidades de capital, senão em vias rápidas, circulares, internas e externas, e outras autoestradas que, garantem um retorno "agradável" ?

Para quê desenvolver as ferrovias ? Para quê proteger a Natureza ? Para quê melhorar as condições de vida do rural ?
Nas urbes é que é bom… e construem-se mais casas… e vendem-se mais "pópós"… e mais gasolina… e mais pneus…

Os senhores autarcas lucram (leia-se de novo o que diz Paulo Morais), os idiotas úteis lançam foguetes, e a maioria eleitora-pagadora de impostos, enfia a cabeça num saco e queixa-se da falta de luz…

A oligarquia seleccionou o sr. Pinto de Sousa para 1º ministro (eles lá sabem porquê), o povinho lá foi em fila votar…
"Agora é que vai ser", diziam alguns… E tinham razão : agora é que é "mais do mesmo" !
Aprenderão algum dia ?

sexta-feira, 22 de junho de 2007

É imperioso Regionalizar !


criemos um
"Movimento Cívico"

Os mais conscientes quanto à critica situação social e económica de Portugal sabem que a origem do descalabro não de deve a baixos indices de produtividade ou a alguma idiotice crónica dos portugueses.
A produtividade somente se encontra abaixo da média europeia em grandes empresas públicas, e não por faltas directamente imputáveis aos trabalhadores, mas sim ao arrivismo e falta de qualidade dos gestores. Se o exemplo deve vir "desde cima"… aí mesmo se situa a crise.
Os milhões de portugueses que vivem e trabalham por esse mundo fora, com agrado de quem os emprega e de quem com eles coabita, são prova de que se "idiotice" existe ela está concentrada nos parasitas da política que por aí proliferam.

A Região Norte (da Galiza ao Vouga) durante tantos anos o motor económica do país, está empobrecida, desmoralizada pelo centralismo dos governos que nos têm parasitado e pela estupidez de muitos "empresários" que correm para o Terreiro do Paço ao primeiro assobio do "poder".
E lá vão, de cauda a abanar e lingua pendente, pronta ao lamber de botas que lhe seja sugerido.

Onde estão as sedes das grandes empresas nortenhas ? Onde estão as sedes dos bancos nascidos no Norte ?

É por demais óbvio que a oligarquia (política e empresarial) está contra a perda do poder centralizado nas margens do Tejo.
Quando, por circunstâncias que lhe são estranhas, tiverem que ceder a uma descentralização, decidirão por um esquema regional que mais não será que um criar empregos e subvenções para os "políticos da praça" e montar uma pseuda administração local.

E isso é uma falácia, um engano, uma burla demagógica…

Os políticos que até hoje têm sido simples títeres de um poder centralizado, não se vão converter (por arte de magia) em consequentes regionalistas.
Sejamos conscientes que as organizações políticas, há mais de trinta anos alternando-se no poder, nada fizeram para que a Regionalização avançasse !
Somente os ingénuos podem manter confiança nessas instituições.

Devemos actuar fora da "jaula política", senão nunca teremos liberdade de movimentos.

Sejamos claros e directos : não nos interessam as soluções apresentadas pelos políticos, nem a sua participação !
Somente os aceitaremos como individuos, como colaboradores livres de dependências partidárias.

A nossa organização deverá fundamentar-se na sociedade civil… não nas estruturas políticas enfeudadas ao poder centralizador.
E a sociedade civil não tem socialistas, social-democratas, comunistas ou fascistas, mas sim individuos, operários e técnicos, profissões liberais e funcionários públicos, estudantes e professores, homens e mulheres…
Unidos no propósito de desenvolver a comunidade onde vivem e compartilham penas e alegrias !

Através de associações, grupos, colectividades e fundações, lancemos as bases de um "Movimento Cívico" capaz de impor a decisão de um povo que recusa acatar cobardemente as decisões de grupos políticos que, em trinta e três anos, já manifestaram toda a "grandiosidade" da sua corrupção e da sua inépcia.

As vitórias conquistam-se !

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Preservar um Parque Natural ?


"atão", e os negócios…?

Quem se interessa pela Natureza e se preocupa em preserva-la aceita, apesar de o considerar "timido" e "incompleto", o Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho, uma área protegida criada há cerca de 20 anos.
Parque Natural de Montesinho : http://:pnmontesinho.blogspot.com/

Os Parques Naturais, que ainda são verdadeiros oásis de vida e tranquilidade, estão cada vez mais no colimador dos promotores de negociatas (obviamente de "interesse público") e atacados pela fúria devastadora do cimento e do asfalto, sem falar da moda das "ventoinhas" que transformam os nossos montes em ouriços-caxeiro…

Porém, aos políticos que temos, "ínclitos utilitaristas" capazes de sacar o "revólver" se ouvem a palavra "cultura", somente lhes interessa "aquilo com se compram os melões" !

Dentro da lógica parabólica desses "representantes do povo" :

- Para quê preservar o Parque Natural se (bem informada sobre o "interesse público" que move muitos autarcas) uma empresa irlandesa diz querer investir 200 milhões de euros em projectos de energia eólica ?

- Para quê preservar o Parque Natural se existe um projecto para construir uma ligação, em perfil de Itinerário Principal (IP), entre Bragança e Puebla de Sanabria (Espanha), cortando bosques, poluindo irremediavelmente ribeiros e vertendo cimentos e asfalto onde agora é fauna e flora ?

- Para quê preservar o Parque Natural se uma nova barragem (das Veiguinhas) inundaria a paisagem convertendo-a em mais um lago onde os espanhóis poderiam vir pescar (como já o fazem em Alqueva) ?

Consta que os 14 autarcas de Bragança, cujas freguesias estão inseridas na área protegida e representam 60% do seu território, estão contra a proposta do Plano de Ordenamento, e alguns deles consideram que o melhor é terminar de vez com o Parque de Montesinho…

Como têm razão essas notabilíssimas sumidades…
Como vão preocupar-se com faunas e floras, que não pagam impostos, nem fazem turismo, nem consomem as especialidades nocturnas da zona ?
O negócio é vida… e para árvores, que se plante eucalipto. Sempre se vendem às celulosas e quando ardem cheiram bem…

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Assim se entende a gente ! (5/5)



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as vitórias conquistam-se
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Entre as variedades diatópicas de uma língua, distinguimos, segundo ensina Paiva Boléo (1904-1992), "dialecto" e "falar".
"Dialecto" será um sistema de sinais vocálicos e gramaticais que se afasta de uma língua comum e, regra geral, está confinado a um espaço geográfico bem delimitado.
"Falar" é uma variedade regional da língua "oficial", sem o grau de coerência do dialecto, e normalmente assente numa diferenciação léxica e ortoépica.
Porém, dialectos e falas são expressões culturais que nos foram transmitidas de geração em geração, uma herança que nos incumbe preservar, frente às modas pacóvias do "chiquismo" provinciano.

Os portugueses, eufeudados por séculos de centralismo redutor e intelectualmente castrante, acabaram por adquirir, mais por carácter que por temperamento, mais por contágio social que por tradição cultural, uma exacerbada tendência em considerar a verborreia com origem nos centros de decisão política como exemplos a seguir. É o principio da "cassette" ou do "his master's voice" !

Às possíveis expressões culturais, reflexo de vivências diferenciadas dos povos habitando territoralidades dispersas do Minho ao Algarve, impõe-se a moda da capital cosmopolita que, etiquetando as manifestações regionais de provincianismo bacoco, mantém uma visão saloia desde uma perspectiva obtusa centrada na Babilónia-sobre-o-Tejo, a quem só interessa um ideal de Imperium…

Porém, às nações que constituem o pais Portugal, cada vez mais se vai abrindo a perspectiva de se assumirem como entidades culturais capazes de criarem e desenvolverem projectos próprios sem necessidade de recorrer às "cacofónicas decisões dos pitonisos do Terreiro do Paço"

Numa perspectiva inteligente de cooperação, Portugal, rico das nações que o constituem, poderá ser um factor de desenvolvimento da desejada Europa dos povos.

Compete-nos a defesa do nosso património linguístico, privilegiar e incentivar o uso do nosso léxico, da nossa pronúncia, pois somente com o esforço de todos é possível afirmar a nossa identidade colectiva. Actuemos em conjunto, e sejamos dignos das nossas tradições, que nos compete entregar aos vindouros.

Objectivamente devemos lutar incansavelmente pela "regionalização".
Por uma verdadeira "regionalização", não por uma falácia administrativa para desfrute e gáudio da oligarquia

As vitórias conquistam-se !

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Assim se entende a gente ! (4/5)



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O "falar" Portucalense
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Na lingua falada em Portucale (galaico-portucalense), levada pelos "conquistadores" para o sul, nunca existiu o som "v" (de "vadio").
Os escribas medievais escreviam de forma idêntica a vogal "u" e a consoante "v".
No século XVI começam a distinguir a escrita entre "u" e "v", assim como também entre "i" e "j".
O grande desenvolvimento da impressão tipográfica, a partir do século XVIII, normalizou a escrita, embora ainda durante muito tempo se utilizasse o "v" no inicio das palavras e o "u" nas restantes posições, independentemente de considerações fonéticas.
Por exemplo, o verbo "ver" provém do latim "uidere" que passou a escrever-se "videre" e originou o actual vocábulo.

Devemos ter presente que o reino de Portugal surgiu como resultado da geoestratégia da Congregação de Cluny e, consequentemente, do Papado (hoje Vaticano), que optou pela constituição de pequenos reinos na Peninsula Ibérica.
Daí, a vinda dos cavaleiros-monges de Cluny, Raimundo e Henrique, que tinham como missão, perante Afonso de Leão, separar do seu reino os territórios de Galiza e Portucale.
Portucale (Minho, Douro e Trás-os-Montes), passou a incluir o condado moçarabe Conimbricense, de entre Douro e Mondego, um território culturalmente árabe, embora étnicamente constituido por árabes, visigodos e outros povos da peninsula que aí disfrutavam da característica cosmopolita que lhe fora inculcada pelo conde Sisnando, também designado pelo título árabe de “alvasil” ou “wasir”.
Mais a sul… estavam mouros e populações arabizadas !

Quem paga, manda, assim que Cluny e o Papa exigiram ao rei do ex-condado Portucalense a expulsão dos mouros que se mantinham a sul do rio Mondego.
Para facilitar o avanço para o sul (e por outras razões relacionadas com "Carquere"…) a capital de Portucale foi deslocada para zona lusitano-árabe (Coimbra) e mais tarde para território mouro (Al Xabuna ou Lisboa).

Habituadas à linguagem árabe, as populações foram-se adaptando à nova lingua, embora sem grande respeito pela ortoépia.

A passagem do "B" ao "V" fez-se por metaplasma de transformação-sonorização que, neste caso especifico, se denomina "degeneração".

Por exemplo, "caballu -> cabalo -> cavalo" e "populo -> pobo -> povo" e "faba -> fava", etc…

Estrangeirismos e neologismos vão abrindo novas formas, embora me horrorize a profusão de anglicanismos aplicados "a torto-e-a-direito" pelas novas gerações de plutocratas e congéneres (os do "hamburger e coca-cola").
E isto, sem esquecer a subversão gramatical da lingua, que dá pelo nome de brasileirismo.
Qual seria o nome que utilizariam Ramalho, Eça ou Camilo para significar quem pretende transformar a nossa lingua em dialecto caipira ?

Notemos pois que a pronúncia dos "Vs" surge por "degeneração" dos "Bs"... e NÃO o contrário !!!

O correcto, numa perspectiva histórica, é a pronúncia do Norte que, para os nortenhos, deve ser considerada um factor de identidade cultural.

Por exemplo, em Espanha diversas regiões falam o castelhano com sotaques próprios, e defendem a sua pronúncia ("Andaluzia", "Canárias" ou "Aragão").
Tal como diferem os sotaques franceses de "Paris", da "Provence" ou da "Auvergne", de "Bruxelas" ou de "Genéve".
Ou as pronúncias inglesas em "Londres", em "Edimburgo" ou "Liverpool".

Defender e fazer prevalecer a nossa lingua, de origem galaica (Gallaecia), com o sotaque que a caracteriza, e nos identifica, é um posicionamento cultural nacionalista.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Assim se entende a gente ! (3/5)



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o "falar" Lisbonense

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Na verdade não é preciso ser especialista para verificar as evidentes particularidades do falar lisbonense que se expande sob a poderosa influência da rádio e da televisão, absorbido pela mentalidade pacóvia ambiente, tornando-se dominante em grandes áreas do pais incluindo o Norte que, decididamente, anda muito distraido.

Por exemplo, "piscina" diz-se "pichina", "disciplina" diz-se "dichiplina".
E a mesma anomalia de pronúncia se verifica geralmente em todos os grupos "sce" ou "sci":
"crecher" em vez de "crescer", "seichentos" em vez de "seiscentos", e assim por diante.

O mesmo sucede quando uma palavra terminada em "s" é seguida de outra começada por "si" ou "se".
Por exemplo, na expressão "os sintomas" sai algo parecido com "uchintomas", "dois sistemas" como "doichistemas".
Ainda na mesma linha a própria pronúncia "de Lisboa" soa tipicamente a "L'jboa".

Outra divergência notória tem a ver com a pronúncia dos conjuntos "-elho" ou" -enho", que soam cada vez mais como "-ânho" ou "-âlho", como ocorre por exemplo em "coelho", "joelho", "velho", frequentemente ditos como "coâlho", "joâlho" e "vâlho".

Uma outra tendência cada vez mais vulgar é a de comer os sons, sobretudo a sílaba final, que fica reduzida a uma consoante aspirada.
Por exemplo: "pov'" ou "continent'", em vez de "povo" e de "continente".
Mas essa fonofagia não se limita às sílabas finais.
Se se atentar na pronúncia da palavra "Portugal", ela soa muitas vezes como algo parecido com "P'rt'gâl".

O que é mais grave é que esta forma de falar lisboeta não se limita às classes populares, antes é compartilhada crescentemente por gente letrada e pela generalidade do mundo da comunicação audiovisual.

E digam-me, por favor, que tem esta pronúncia de melhor que a do Norte, sem "Vs" e com o "ão" pronunciado como "om" ?
Pelo contrário, o "falar do Norte" está muito mais próximo do galaico-portucalense, que é a lingua original que ensinamos às gentes do Sul.

Enfim, são particularidades linguísticas perfeitamente compreensíveis.
Mantenham eles a pronúncia que têm e, quanto a nós (nortenhos), mantenhamos a nossa.
Chama-se a isso "preservar a identidade" !

terça-feira, 12 de junho de 2007

Assim se entende a gente ! (2/5)



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modos de falar
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Os falares ou variantes da língua Portuguesa integram-se na língua histórica nascida na velha Gallaecia romana, que chegava até ao Mondego (até ao Vouga na época pré-romana), e que significava já, para além da homegeneidade que o latim concedia à escrita, uma variabilidade na lingua falada (ortoépia e léxico).
Em certas regiões desenvolveu-se mesmo um vocabulário próprio, como o seguinte exemplo da fala em Pampilhosa da Serra:
- em falar local - No cabeço, estava a cabraneta espalheirada, espernalgada, junto do atrelado, um achadiço bazaroco e abjola, encavacado e encorculhado !
- em lingua "oficial" - No cimo do monte, estava a leviana deitada, de pernas abertas, junto do namorado, um estrangeiro parvo e sem geito, envergonhado e encolhido !

Em 1893/97, José Leite de Vasconcelos propõe, no seu Mapa Dialectológico (primeira obra de dialectologia da língua portuguesa), uma classificação («Mapa Dialectológico do Continente Português». Portugal Dialectológico - 1897), da variação diatópica de Portugal Continental.
Esta variação organiza-se em três tipos de variedades: primárias ou dialectos, secundárias ou subdialectos e terciárias ou, simplesmente, variedades

Como variedades primárias ou dialectos reconhecia, o seu estudo,

1. o dialecto Interamnense —falado na região entre o Minho e o Douro—,
subdialectos
alto-minhoto —entre o Lima e o Douro—,
baixo-minhoto —entre oLima e o Douro até ao Tâmega—
variedade do Porto e a variedade da Póvoa;
baixo-duriense —entre o Tâmega e oCorgo

2. o dialecto Trasmontano —falado em Trás-os-Montes—,
o subdialecto da fronteira,
a linguagem de Macedo e a do Mogadouro
e o subdialecto alto-duriense-entre o Corgo e oTua,

3. o dialecto Beirão —falado na Beira—
o subdialecto da Beira Ocidental,
o subdialecto alto-beirão-entre o Douro e o Dão,
o subdialecto baixo-beirão
e o subdialecto de Fundão, Castelo Branco... até Portalegre

4. o dialecto Meridional —falado entre o Mondego e o Guadiana.
os subdialectos estremenho,
a variedade de Lisboa,

5. o dialecto alentejano
variedade de Sor-Avis e de Olivença

6. o dialecto do "Algarbe".

nota :
o mirandês não é considerado galaico-português, mas sim leonês
A Lei nº 7/99 de 29 de Janeiro Decreto N.º 303/VII é o reconhecimento Oficial de Direitos Linguísticos da Comunidade Mirandesa

Chegando à Península Ibérica em 218 EP (Era Precedente), os romanos trouxeram com eles a língua romana popular, o latim vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "Línguas novilatinas", ou, ainda, "neolatinas") descendem.
Já no século II EP, o sul da Lusitânia estava romanizado. Estrabão, um geógrafo da Grécia antiga, comenta num dos livros da sua obra Geographia:
"Eles adoptaram os costumes romanos, e já não se lembram da própria língua."
A língua tornou-se popular com a chegada dos soldados, colonos e mercadores romanos, que construíram cidades romanas normalmente perto de povoados já existentes.

A partir do século V EA (Era Actual) o Império Romano entra em colapso e a Península Ibérica é invadida por povos de origem germânica, que os romanos denominavam "bárbaros" (termo de origem grega que significava "aqueles que falam de forma ininteligível").
De entre os povos "bárbaros", os suevos e os visigodos adoptaram a lingua latina-romana mas, com o desaparecimento da administração romana, as comunidades começaram a evoluir o latim popular de forma diferenciada e a uniformidade linguística da Península, pretendida pelos romanos, apesar dos esforços da Igreja (que "ocupou", na forma, a administração romana), rompeu-se durante a Idade Média.
Por toda a Peninsula foram surgindo evoluções especificas do latim-romano (linguas "romance" ou "románicas"), com maior ou menor influência das linguas pré-romanas que ainda sobreviviam, principalmente no meio rural.

No século VIII EA, com a chegada às costas mediterráneas da Peninsula, desde o norte de África, de povos islamizados (mouros, árabes, berberes e descendentes de emigrantes visigodos) o árabe tornou-se a língua de administração das áreas por eles ocupadas, exercendo uma intensa influência linguística-cultural nos povos locais.

Porém, nem todas as regiões foram "tocadas" por igual e, no caso do norte da costa atlântica (Gallaecia), a influência árabe-islâmica foi diminuta.
Mais para o sul do Vouga a população foi gradualmente mais aculturada pelo islamismo e os seus falares foram influenciados por enorme quantidade de arabismos que a posterior monarquia portuguesa (com sede em Lisboa) introduziu na lingua portuguesa oficial.

Documentos administrativos datando do século IX revelam, na região da Gallaecia, a existência de uma lingua "romance" (ainda entremeada de termos em latim).
Essa lingua foi falada entre o Finisterra e o Mondego até que, após a constituição do Condado Conimbricense, a influência árabe de Toledo fixa no rio Douro a fronteira sul do território galaico.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Assim se entende a gente ! (1/5)



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contra as normalizações
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Um grupo de linguistas mandatado pela Unesco alertou para o desaparecimento de linguas minoritárias que, desde os anos 90 do século passado, se processa a um ritmo sem precedentes.
Dentro de um século, 60 % desta riqueza cultural (constituida por cerca de 5.000 linguas) poderá ter desaparecido se se mantiver a corrente média de vinte a trinta linguas desaparecidas cada ano.

Cerca de 96 % da população mundial fala apenas 4 % das linguas existentes e, inversamente, 4% da população fala 96% dos idiomas existentes, uma tendência que confirma uma lenta, mas evidente perda da diversidade.

Desde a Alta Antiguidade que se observa o desaparecimento de linguas, como por exemplo o sumério falado na Mesopotâmia no 4ª milénio antes da Era Actual (EA).
Uma lingua não-semita (nem indo-europeia) que, rodeada de povos de expressão semita, se esvaeceu para sempre, num processo histórico inexorável incluido nas vicissitudes do fluxo-refluxo dos conflitos de interesse entre povos. Porém, desde o inicio dos anos 1990, a globalisação dos mercados, o hábito compulsivo de viajar, a emergência de sistemas de informação englobantes e a moda da actividade frenética, aceleraram o "processus" de normalização, desenvolvendo a linguagem veícular, a linguagem conjuntural impondo a perda sustentada da linguagem como suporte cultural.

Com a retirada do poder politico dos Estados europeus, os novos países de África, América e Ásia iniciaram a construção de identidades nacionais ficticias para manter as fronteiras coloniais, as que satisfaziam os interesses das "multi-nacionais".
Tal como séculos antes na Europa, os povos foram amalgamados em populações sem o minimo respeito pela expressão cultural de qualquer deles e, obviamente, o património linguístico foi um dos mais perjudicados, atendendo ao afã dos políticos de turno em "normalizar para melhor controlar".

Na Europa, como mencionamos, o amalgama de povos concentrados em Estados-nação, provocou igualmente um empobrecimento linguístico provocado pelo interesse politico das oligarquias em "anular" toda e qualquer manifestação centrífuga relativamente ao poder-central, o que vai deteriorando as linguas não consideradas como "oficiais" pelo centralismo-politico, o que leva a considerar em perigo de desaparecimento as linguas basca, bretã, corsa, gaélica, galaica, lombarda e sami (norte da escandinávia).

Os povos europeus, submetidos à avassaladora propaganda difundida pelos meios de comunicação controlados pelos Estados centralizadores, deixam de transmitir às novas gerações as suas próprias linguas com receio que essa expressão seja um obstáculo à integração nos circuitos económicos preponderantes e constitua um factor de marginalização.

Dentro do citado processo de construção dos países, também se perdem dialectos e ortoépias em favor de linguagens normalizadas impostas pelos centralismos das capitais políticas.
Com efeito, dentro de uma mesma lingua, coexistem expressões idiomáticas particulares ao núcleo cultural que a utiliza, falares e ortoépias diferenciadas que são uma imperdível riqueza da diversidade linguística popular.

Em Portugal, pense-se na diferença de pronúncia, de sotaque ou de linguajar no norte, que mantém a original pronuncia "b" face ao "v" da linguagem "construida" a sul do Vouga, ou a persistência do ditongo "ei" face ao sotaque do sul, onde é subsumido ("ribero" em lugar de "ribeiro", etc.), ou no ditongo "ou" que muda para "oi" (ouro/oiro).
A pronúncia do "s" Beirão, os dialectos de Castelo Branco e Portalegre ou do barlavento algarvio, ou de Olivença, as variáveis em vocalismo e consoantes, etc., que Fernão de Oliveira informa na sua "Gramática de Linguagem Portuguesa", em que verifica o fenómeno, no sul, de engolir as vogais.

As divergências entre os falares de norte a sul e do interior ao litoral, não afectam a unidade estrutural linguístico da faixa atlântica da Galiza-Portugal e devem ser respeitadas, principalmente pelos mais interessados, que são aqueles que assim se expressam.

Uma chamada de atenção para o facto de que :
1. o "mirandêz" é uma lingua com direito próprio (decreto lei de 29/01/1999);
2. o galego "tradicional" mantem falares que são autênticas relíquias do galaico-português;
3. o galego "oficial" (inventado na época de F. Albor, 1º presidente da Xunta de Galicia) é uma "coisa" castelhanizada que nem chega a "portunhol";
4. o brasileiro é uma descaracterização do portugués que não deve, de forma alguma, influenciar a nossa escrita nem a nossa ortoépia;.
5. se, como intentam os governos centrais, o galego continuar a espanholizar-se e o português a prosseguir a sua brasileirização, dentro de uns anos qualquer semelhança entre o galego e o português será "pura coincidência".
6. se os Palop estão interessados em falar e escrever o português, ajudemos a que o aprendam, com renúncia a qualquer concessão gramatical ou vocabular.
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continua para 2/5 : "modos de falar"

terça-feira, 5 de junho de 2007

Regionalização ...



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ou
continuaremos servos !
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"O investimento no 1º Ciclo e pré-escolar na região de Lisboa e Vale do Tejo vai contar com 30 milhões de euros de fundos comunitários, valor que será duplicado pela contrapartida nacional, anunciou hoje a ministra da Educação.

Mª de Lurdes Rodrigues falava aos jornalistas no final de uma reunião com a Junta Metropolitana de Lisboa sobre a recuperação do parque escolar e os instrumentos de financiamento no âmbito do Orçamento de Estado e do Quadro de Referência Estratégico Nacional, que vai enquadrar a aplicação dos fundos comunitários de 2007 a 2013."

in "Público" de 05/06/2007
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comentário:
Entretanto, na provincia do Terreiro do Paço continuam a fechar-se escolas…
Despertemos "provincianos" !
Ou conquistamos a "regionalização" ou … emigramos para "terras saloias".

sábado, 2 de junho de 2007

Regionalização !




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… necessária
mas sem falácia !




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Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, defende que uma "nova consulta "é inevitável. "Para tomar a decisão no Parlamento, era preciso rever a Constituição e retirar a obrigatoriedade. Isto implica um consenso muito alargado entre as forças políticas. Não me parece viável".

O Prof. Freitas do Amaral, na sua última aula na Universidade Nova declarou, na presença do 1º ministro sr. Pinto de Sousa, que a não realização do "Referendo" previsto na Constituição deve ser considerado "uma ilegalidade por omissão".

O Prof. José Marques dos Santos, reitor da Universidade do Porto, afirmava em recente entrevista ao "JN":
Os empresários e os artistas vão todos para Lisboa. Às vezes, interrogo-me se estão à espera de algum deus que venha criar as condições na região.(…)
E seria interessante que os que daqui saíram, a diáspora da região, regressassem. Talvez seja ingenuidade? Se é, então desistimos, ficamos com um país macrocéfalo que tem apenas um grande centro em Lisboa e deixamos de nos queixar."

"Lisbonização da Política de Coesão (com a UE)"!
E quem o afirma não é nenhum "perigoso nacionalista", mas sim o sr. Durão Barroso, presidente dessa mesma UE, em entrevista concedida ao "JN".

"A opção centralista nacional, "violando há trinta anos, por omissão, o imperativo constitucional de regionalizar o país", nas palavras de Freitas do Amaral, deixaram-nos sem níveis institucionais democraticamente legitimados, capazes de agregar vontades, organizar propostas, influenciar competente e credivelmente opções de política, gerir alguns dossiers e lançar obras de nível supra-municipal.", afirmou a srª Elisa Ferreira, eurodeputada pelo PS.

De todas estas afirmações retira-se a conclusão de que para além de ilegal, a omissão da regionalização perturba (e anula) o indispensável desenvolvimento do conjunto do País

Porém, não nos deixemos enganar, a regionalização comentada actualmente pelos políticos insere-se num contexto meramente administrativo e consentâneo com a sua continuidade como oligarquia nacional com funções delegadas nas Regiões.
E isso não é "regionalização", mas sim uma falácia, uma mais que nos querem impingir.

A "regionalização" impõe-se essencialmente por quatro factores:

1. de ordem cultural
pelas tradições, costumes e "falares", patrimonio cultural de várias regiões, em vias de esvaecimento pela pressão normalizadora com origem no Estado, que a provoca desde os meios de comunicação (rádio, Tv e imprensa) e pela manipulação do ensino na disciplina de História.

2. de ordem administrativa
pela dependência da burocracia estatal relativamente às decisões de processos administrativos, exageradamente tomadas desde o omnipresente centralismo "da capital".

3. de ordem económica
pela total subalternidade aos projectos e decisões de um governo central alheio às realidades económicas, às exigências e carências de populações que, cada vez mais, são atingindas pelo desemprego e pela falta de recursos.

4. de ordem política
pela evidente irresponsabilidade dos governos que legislam e executam como se os povos da periferia fossem feudos do Terreiro do Paço.

Sem meios de comunicação locais, sem autonomia administrativa, sem políticos locais, não dependentes de organizações políticas sediadas na "capital", a "regionalização" continuará pendente.
E nós devemos continuar a exigi-la !

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Eleições municipais na Galiza

regionalismo autonómico


Eleições municipais 2007 - Galiza

siglas
PP - Partido Popular
PSOE - Partido Socialista
BNG - Bloque Nacionalista Galego
Abst. - abstenções

Económicamente são todos liberais, apenas variando na "sensibilidade".

provincia de Pontevedra
PP- 226.101 ; PSOE- 142.290 ; BNG- 109.003 ; abst.- 37,16

Vigo (cidade mais importante)
PP- 66.574 ; PSOE- 44.563 ; BNG- 28.116 ; abst.- 39,89 %
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provincia de Ourense
PP-103.842 ; PSOE- 60.975 ; BNG- 41.786 ; abst.- 36,96 %

Ourense (capital)
PP- 26.160 ; PSOE- 16.428 ; BNG- 12.253 ; abst.- 38,32 %
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provincia da Corunha
PP- 220.851 ; PSOE- 187.707 ; BNG- 123.974 ; abst.- 39,23 %

Corunha (capital)
PP- 37.085 ; PSOE- 41.285 ; BNG- 24.355 ; abst.- 46,48 %
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provincia de Lugo
PP
- 99.807 ; PSOE- 83.160 ; BNG- 39152 ; abst.- 31,21 %

Lugo (capital)
PP-18.428 ; PSOE- 23.375 ; BNG- 7.417 ; abst.- 35,51 %
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1.
% total de abstenções:
- média nas cidades: 40,01%
- média nas provincias: 36,14%

2. Apesar de que uma maioria de votos vá a determinada opção poltica, a lei eleitoral permite que, se esta não obtiver a maioria absoluta, o poder seja repartido por várias formações minoritárias coligadas.
No caso das presentes eleições o PP ganhou nas quatro provincias galegas e em duas das quatro capitais (e o PSOE nas outras duas).
Pelo "jogo" das coligações, o BNG (minoritário) vai participar nas câmaras ("ayuntamientos") das quatro capitais, conjuntamento com o PSOE, enquanto o PP é oposição em todas.
Nas quatro principais cidades (Vigo, Corunha, Ourense e Lugo) o PP obteve 148.247 votos e o BNG 72.141…

3. O voto no BNG desceu consideravelmente em relação às últimas eleições porque os galegos já se aperceberam que os grupos marxistas que o constituem, de nacionalista apenas têm o discurso e não são mais que uma "muleta" para o PSOE conseguir o poder.
Várias formações políticas verdadeiramente nacionalistas apareceram em vários locais e o Partido Galeguista continua presente, apesar de perder a representação que tinha em Vigo.

4. Consta que vai surgir um novo agrupamento politico, a nivel de toda a Galiza, com um projecto nacionalista que se afasta das organizações sediadas em Madrid (PP e PSOE) e também dos seus partidos "muleta".

5. A proposta autonómica é de uma nação galega (ainda não conseguida) dentro de um Estado Federal que manterá responsabilidades internacionais. Excepto certos grupos radicais (actualmente sem expressão representativa) ninguém propõe uma independência política total, que parece utópica... e não desejada.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Regionalização !



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as vitórias conquistam-se

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Acabo de ler os artigos "Um Concenso Inconcensual" publicado a 23 de Maio de 2007 pelo "Calécia" (http://calacia.blogspot.com/), de que me permito utilizar o "logotipo", e "Tem que se ganhar credibilidade para vencer esta guerra" do "Regiões" (http://regioes.blogspot.com/), publicado a 27 de Maio, dois blogues que aprecio.
Uma cordial saudação ao Nóbrega e ao António…
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Uma realidade transparece à "luz do dia" como uma verdade por demais evidente :
O "regime que temos" não está minimamente interessado em implantar a Regionalização, apesar de que o Prof. Freitas do Amaral na sua última aula na Universidade Nova, conforme publicou o "Regiões" em 22 de Maio último, ter claramente anunciado que "a regionalização do continente" é um ponto que "falta cumprir do programa constitucional de 1976", acrescentando que estamos perante uma "situação de flagrante inconstitucionalidade por omissão".
A 25 de Maio, o "Regiões" complementa a informação sob o titulo "Esclarecimento", e diz:
"A obrigatoriedade de realização de consulta directa aos cidadãos para a efectiva implementação das regiões administrativas foi determinada pela Revisão Constitucional operada em 1997. Anteriormente exigia-se, meramente, o voto favorável da maioria das assembleias municipais que representassem a maior parte da população da área regional."

Assim, quando o 1º ministro, sr. José Pinto de Sousa, referindo-se à Regionalização, afirma :
"Não será nesta legislatura. Talvez na próxima, se todos chegarmos à conclusão de que esse é o momento e se houver uma proposta que reúna um nível de consenso e que permita ter uma expectativa de vitória",
conscientemente evita o processo de "implementação das regiões administrativas", pratica uma "omissão voluntária" de um dever legal e, porque proferiu tais palavras após ter assistido à citada aula do Prof. Freitas do Amaral, demonstra que "é consciente do ilicito".
Assim, mesmo que na negligência constatada não exista vontade para tal, a punição a título de negligência funda-se na omissão voluntária de um dever.
Mas… não sabemos nós quanto o Direito é distraido, confuso e lento quanto se trata das andanças da oligarquia ?

"É notícia de hoje a confirmação do início das condicionantes impostas pelo governo relativamente ao processo Regionalização. Muito se adapta o governo conforme os temas em discussão! Se nuns casos (Aeroporto da Ota) o concenso é algo que apenas vai atrapalhar os interesses do governo no que diz respeito a esta matéria, noutros o concenso é uma condição para que o processo avance. Concenso é preciso por um lado, enquanto que por outro o que manda é o avanço do país. Ou de uma parte dele.", refere o "Calécia".

Este "arrastar" do processo de Regionalização tem, além do objectivo imediato de tentar o seu "apodrecimento" politico e desinteresse público, igualmente uma vertente psicológica que se traduz, no caso de que o processo tenha mesmo de avançar, em "oferecer" uma qualquer reforma administrativa esperando que as gentes a aceitem sob o lema "melhor algo que nada" !

Uma Regionalização sem descentralização da Administração do Estado, sem delegação de poderes políticos (organizações políticas regionais), sem a desconcentração dos meios informativos (rádios e Tvs regionais), sem capacidade de gestão própria etc, etc, não passa de uma falácia que não beneficiará em nada as, então, pseudo-regiões.
Tenha-se em atenção, como referência, o processo autonómico em Espanha !

Devemos ser conscientes de que as vitórias não são prendas, são conquistas !
E a Regionalização será uma conquista… ou não existirá nunca.
Depende de nós…

sábado, 26 de maio de 2007

Sapientia est Potencia




Sapientia est Potencia

*os homens crêem
no que querem crer

Permitimo-nos aconselhar o artigo acima nomeado
publicado no "Prometheus" :

http://hesperialeuropa.blogspot.com

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Viagens na minha terra...




em defesa das ferrovias
Linha do Tâmega
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Em 28 de Março de 1909, chegava a Amarante o primeiro comboio, depois de concluídos os 13 quilómetros de ligação à Livração (Linha do Douro).
Em 1926, chegava a Celorico de Basto e em 1932 a Mondim de Basto. Só 40 anos depois chegaria a Arco de Baúlhe.
A prevista ligação a Fafe nunca se concretizou.
Em 1990 (1 de Janeiro ) encerrou a circulação entre Amarante e Arco de Baúlhe.
Desde então, só circulam automotoras no pequeno troço entre a Linha do Douro (Livração) e a estação de Amarante.

A pressão das rodoviárias é grande (e não só…) e a CP e a REFER, sob ordens do Terreiro do Paço, não mudam um parafuso à situação.
Quanto pior… mais depressa acaba!
E uma via rápida, uma circular, uma triangular ou uma auto-estrada, sempre resolvem as situações… pelo menos a das cimenteiras e ladrilheiros anexos.

As empresas rodoviàrias colocarão autocarros com sauna e vistas para a Lua, os petro-euros instalarão uns postos de auto-abastecimento, a gasolina jorrará, o sangue dos acidentados também, e a festa continua.

Ah! Não esqueçam que os "bancos" concedem créditos para comprar "pópó"… e oferecem um telemóvel como brinde!

A Comissão de Defesa da Linha do Tâmega (CDLT) - http://linhadotamega.no.sapo.pt/ - acusa o presidente da câmara de Celorico de Basto de ter mandado camiões descarregar terra em cima da linha, junto à antiga estação de Codeçoso.
Estes políticos… sempre tão ágeis e prestáveis em tempo de eleições…

Os utentes aguardam o fecho da Linha para breve.
Recorde-se que o chamado Plano Líder 2010 da CP prevê um possível encerramento desta Linha, tendo em conta a fraca procura, que somente cobre cerca de 11% dos custos com a manutenção e o funcionamento da mesma.
Que fez a CP para aumentar a rendibilidade ?
Degradou o serviço !
Elementar, querido passageiro.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Investigação ciêntifica





Universidade do Porto
11º lugar
entre 750
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Classificação de 750 Instituições de Investigação em 10 países ibero-americanos :
Portugal, Espanha, Argentina, Brasil, Chile, Colómbia, Cuba, México, Peru e Venezuela.

Produção ciêntifica (ano de 2005)
1ª CSIC (Consejo Superior de Investigaciones Científicas) Madrid
2ª Universidade de S. Paulo
3ª Universidade Nacional Autónoma do México
4ª Universidade do Porto

26ª Universidade de Lisboa

33ª Universidade de Coimbra
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publicado por:
- jornal "O Público"
- "web" da Universidade do Porto : http://sigarra.up.pt

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Regionalização !



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O que se pensa aos berros
e se diz… murmurando !

1.
No referendo à regionalização realizado há oito anos, Rui Rio foi um convicto defensor do não.
Apesar de ainda achar que a proposta de então não servia os interesses do país, o presidente da Câmara do Porto diz-se agora disponível para se encontrar uma solução que possa contar com o seu voto favorável.
in "O Primeiro de Janeiro" 19/03/2007

2.
A Regionalização não deve ser transformada em mito mas deve ter uma ideia mobilizadora!
A regionalização apenas nas mãos de protagonistas políticos, sejam eles quais forem, é um cadáver adiado.

Lino Cabral - "Contributos para a ideia da Regionalização"

3.
A Regionalização, como tudo, terá os seus inconvenientes mas tem, sem dúvida, tantas mais vantagens quanto durante anos a fio os governos sucessivos deste país tiveram e têm tendência para a macrocéfala concentração do poder, como vem sendo constatável.
Portanto, não me parece que haja aqui qualquer sintoma para a criação de mitos, mas antes tentativas (já quase desesperadas, é certo) de optar por outro tipo de governabilidade.
Rui Valente - "Regionalização+Protagonismos+Recrutamentos"
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comentário:
O facto, que é quase consensual no Norte, é que com este regime centralista, adiando novos investimentos a norte do Vouga, quando se gastam anualmente centenas de milhões de euros em benesses para a "oligarquia a banhos nas margens do Tejo", a Regionalização impõe-se…
A enorme subida do desemprego e os baixos salários dos que têm emprego, só podem ser contrariados com uma deslocalização de serviços públicos para o Norte, e com estratégias rápidas de apoio ao desenvolvimento empresarial, decididas e geridas regionalmente.
É exigível um urgente programa de reactivação cultural do Norte, através de uma estrutura politico-social que somente se conseguirá com representantes eleitos e não com comissários nomeados directamente ou indirectamente pelo Terreiro do Paço.

sábado, 19 de maio de 2007

Viagens na minha terra...


em defesa das ferrovias
Linha do Tua

A Linha do Tua, 133,800 quilómetros entre o Tua e Bragança, agora reduzida a 54,100 quilómetros entre o Tua e Mirandela, era conhecida como "bela e terrivel".
A frase exprime, da melhor forma, a paisagem que envolve a via-férrea, sobretudo entre Foz Tua e Abreiro. À beleza do rio, que corre célere por entre abruptos penhascos, misturam-se o respeito e o temor que as escarpas, que se precipitam a pique em direcção às aguas bravas, provocam ao passageiro. A tudo isto deve acrescentar-se uma vegetação rasteira e enormes fraguedos em ambas margens.

A plataforma da via parece ter sido esculpida na rocha. De um lado é penedia, do outro o precipício com mais de 50 metros.
Numa visão selvagem, à qual não faltam pontes e túneis, surgem as Fragas Más - compostas por um ciclópico maciço de granito -, talvez um dos cenários de maior impacto e beleza do Tua.
A característica "bela e terrivel" está ainda bem patente nos apeadeiros de Tralhariz e Castanheiro, que são servidos por pequenos trilhos de terra, pelos quais se passa com dificuldade.

A via férrea, dá a sensação de ficar a um palmo do precipício, infundindo respeito e algum temor.
Ainda hoje os viajantes perguntam-se como terá sido possível a sua construção, iniciada a 16 de Outubro de 1884, em Mirandela, sob responsabilidade de Fontes Pereira de Melo, ministro das Obras Públicas, e apenas vinte-e-oito anos depois da circulação do primeiro comboio em Portugal.

As dificuldades foram enormes, a começar pelo acesso dos trabalhadores à obra, feito por carreiros íngremes, sobretudo entre o Tua e a Brunheda, onde o rio é mais profundo e se passeia por gargantas e escarpas quase inacessíveis. A dureza era de tal ordem que o engenheiro que supervisionava a construção desistiu, impotente para vencer as dificuldades técnicas e para impor disciplina ao grupo de trabalho, do qual até ladrões faziam parte. Foi então nomeado o engenheiro Dinis da Mota, que conseguiu levar a construção até ao fim. Numa obra de engenharia a todos os títulos notável, Dinis da Mota incutiu confiança aos trabalhadores, que todos os dias eram confrontados com cargas de dinamite e com escarpas que não permitiam a menor distracção.

Três anos volvidos sobre o início da epopeia, a linha foi inaugurada, com pompa e circunstância reais, a 19 de Setembro de 1887, entre o Tua e Mirandela, numa composição rebocada pela locomotiva a vapor E81 da alemã Emil Kessler, que tinha aos comando o próprio Dinis da Mota. Para chegar a Bragança, foi necessário esperar 19 anos, num processo marcado por avanços e recuos, com as estações a ser inauguradas conforme a linha ia avançando.

Tem esta linha dois registos históricos que devemos assinalar:
- a estação de Santa Comba de Rossas (serra da Nogueira), a mais alta de todo o sistema ferroviário portugués (850 metros de altitude);
- os três longos túneis : Remisquedo (136m), Prezas (137m) e Falcoeira (137m).

A Linha do Tua, no troço entre Bragança e Mirandela, foi encerrada em 1992, sob fortes protestos da população, o que obrigou à intervenção das forças policiais na "noite do roubo", quando a CP retirou, por via rodoviária, o material circulante de Bragança, numa operação que lhe custou 12 mil contos!

Depois há a intenção da EDP em construir um aproveitamento hidroeléctrico (depois das pontes… é a obsessão de alguns).
As cimenteiras e o ladrilho sempre foram o motor da economia "deste jardim…", e o "arredondar" do fim de mês para muitos…

O presidente da Câmara de Mirandela é um dos que protestam contra a barragem e entende que a sua compatibilidade com a Linha do Tua só é possível se a albufeira não ultrapassar a cota 148.
De outra forma a Linha do Tua pode ficar "afogada" pela barragem…

Depois de alguns acidentes ocorridos nesta Linha, investigadores da Universidade de Coimbra defendem soluções de segurança semelhantes às utilizadas em algumas zonas dos Alpes e já implementadas na linha da Beira Baixa.

nota : histórico do texto baseado em http://blogueferroviario.blogspot.com

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Nacionalismo





os temores da oligarquia
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Nacionalismo, é o que a oligarquia do "politicamente correcto" realmente teme…
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Prosseguindo a manipulação intelectual dos mais jovens, o sr. Jaques Rogge, presidente do "Comité Olímpico Internacional" (COI), tem previsto eliminar os hinos e as bandeiras nacionais no seu projecto de celebrar uns futuros Jogos da Juventude, que se disputariam cada quatro anos a partir de 2010.

Misturando, conscientemente, as noções de País e de Nação, o COI prossegue a sua campanha de converter o nacionalismo em algo de "demoníaco".
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O nome Galiza, da província romana, procede da tribo dos moradores na desembocadura do Douro (calecos)- zona da actual cidade de Porto, a velha Portuscale e cale vem de Caleci (galegos, e dizer a etimologia seria Porto dos Galegos).
Prof. Higino Estevez (autor de “Gramática Comparada Del Céltico Antiguo”)

Bom, foi esse nome que se aplicou a todo o noroeste, quando se converter em província romana dividida em três conventos: Lucenses, Austuricenses e Bracarenses; conhecidos a sua vez os conventos por ártabros (do norte), austuricos (do leste), e grovios (celtismo que significa - da terra quente- é dizer do sul.
César Munhiz - PGL - Portal Galego da Língua

O professor Armando Coelho (da Universidade do Porto) tem assinalado que Portugal não pode ficar com uma história política que só é conhecida a partir dos limites do actual Estado: «há informações em termos de pervivências que não são inteligíveis se nós fizermos a nossa história só desde o começo da nossa nacionalidade".

No ano 1998 celebrou-se em Portugal o referendo pela regionalização, onde ganhou a opção que advogava pela continuidade centralista. Mas hoje, quanto já têm transcorrido uns quantos anos desde essa cita; são de novo, numerosas as vozes, que reclamam com força a necessidade de recuperar e implementar a ideia da regionalização. O mal-estar nas periferias, nomeadamente no norte, não deixa de acrescentar-se cada dia, agravado pelos desequilíbrios territoriais que o modelo actual tem propugnado.

Nesta ordem de coisas, a nossa proposta lançada desde a Galiza (…) seria dirigida cara a ideia de tentar levar a termo um novo processo de descentralização, na linha do que estabelece a própria Constituição da República. Processo pelo qual, o norte do país (conformado pelas actuais províncias de Douro, Minho e Trás-os-Montes), fosse englobado numa só entidade regional autónoma …

Esta nova Galiza portuguesa viria entroncar com a Galiza espanhola na actual Euro-região Galiza-Norte de Portugal, que ainda hoje se encontra na fase mais inicial do seu desenvolvimento, mas que conta com amplas potencialidades no contexto europeu …

Luís Magarinhos Igrejas - PGL - Portal Galego da Língua

domingo, 13 de maio de 2007

Região Portucalense

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passinho a passinho
se faz o caminho
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"Presentemente, a oligarquia política e financeira instala as estruturas de uma Europa devoradora das nações que a constituem, construindo um espaço económico isento de cultura tradicional e, consequentemente, inibidor de afirmações nacionalistas.
Uma Europa de populações, que não de povos, convertidas em massa amorfa de consumidores !

O amálgama de nações em países, iniciado há séculos por nobrezas de auto-nomeação, impostas pelo sabre e pelo hissope, preverteu a realidade cultural de uma Europa que, depois de massacrada por uma religiosidade alógena, retalhada e remendada ao sabor de impérios, monarquias e repúblicas, invadida, bombardeada e ocupada por forâneos que lhe ditaram a norma política em que deveria sobreviver, não perdeu as profundas raizes de um conjunto de povos que não foram eleitos por nada nem por ninguém, senão por si mesmo !
in Gallaecia
13/04/2007
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A Região Norte de Portugal e a Galiza (Noroeste Peninsular) formam um território de 50 000 quilómetros quadrados onde vivem seis milhões de pessoas, unidas por uma cultura e uma etnia maioritariamente comum.

O Noroeste Peninsular é, ainda, essencialmente rural (um bem a preservar) embora com um sistema urbano disseminado uniformemente por todo o território, essencialmente composto de pequenas cidades se exceptuarmos Porto, Vigo, Braga e Corunha.

Economicamente distinguimos uns vinhos únicos do mundo (Porto e Alvarinho), têxteis, mobiliário, construção naval, fabrico de automóveis, produção eléctrica, novas tecnologías, criação de gado (carne, leite e peles), pescas, importantes grupos de distribuição alimentar, rede de estâncias termais, turismo gastronómico, de praia e de montanha etc.

Excelentes portos marítimos (Vigo, Leixões, Corunha, Viana), quatro aeródromos internacionais (1 no Norte e 3 na Galiza), modernas redes rodoviárias e ferroviárias, Universidades de excelência etc, etc.

Independentemente do antes dito, é sociologicamente incontestável que Galiza e Norte de Portugal formam uma unidade étnico cultural que é um paradigma de Nação.
Essa realidade é perfeitamente ressentida numa simples viagem e consequente diálogo com as gentes locais, assim como é verificável um desfazamento (essencialmente cultural) entre o Norte de Portugal e o resto do País.
Meter a cabeça na areia, como o avestruz, não altera em nada a realidade!

Significa isso que devemos propugnar uma integração "imediata" entre o Norte e a Galiza?
Pese à História, e à pré-História, que evidenciam uma identificação etno-cultural entre as duas regiões, a mesma História também nos mostra que existe uma separação "de facto" entre as citadas regiões, uma separação política que persiste há mais de oito séculos, e que, tendo sido incorporadas cada uma delas num "país" diferente, provocou "fracturas" que têm que ser tomadas em consideração.

Enquanto o Norte permanece "integrado" em Portugal, administrativamente e politicamente dependente do governo instalado em Lisboa, culturalmente sujeito a um colonialismo omnipresente em todos os meios de comunicação (principalmente na rádio e televisão), a Galiza está há anos com governo autonómico próprio, o que lhe permitiu ir progressivamente criando os seus quadros técnicos, instalar meios de informação galegos (jornais, rádios e televisões), organizações políticas, sindicatos e universidades não-dependentes de Madrid, etc, etc.
Propor uma "integração" Galiza-Norte, não corresponderia a um sinoceismo, mas sim a uma absorção de um Norte autonomicamente inexperiente, economicamente desiquilibrado, totalmente dependente do bom ou mau humor do Terreiro do Paço, por uma Galiza pujante e decidida, antes de mais, a obter um novo mercado para os seus produtos, sejam eles industriais, comerciais ou culturais.
Consideramos que, pelo menos na actualidade, e num futuro a médio prazo, é absolutamente imprudente (pelo menos) sugerir semelhante solução.

Devemos, e com urgência, conseguir a Regionalização do Norte, avançar numa autonomia como a da Madeira (por exemplo) e ir formando técnicos e políticos capazes de consolidar a nossa alternativa, sem menosprezar os contactos priviligiados que podemos (e devemos) manter com as outras regiões portuguesas, obviamente em contactos bi-laterais, sem dependência de nenhum Estado centralista.

Se quizermos elaborar uma espécie de eixo sintagmático, poderiamos, sinteticamente indicar os passos a seguir, planificando as acções de uma 1ª fase:
- obter a Regionalização, que obviamente seria dentro de um quadro de grande dependência pois o Estado-central não cederá facilmente.
- conquistar, progressivamente, mais autonomia (informativa, cultural, administrativa e financeira) e demonstrar ao povo o beneficio da solução.
- avançar para uma verdadeira descentralização política formando, como na Galiza, um governo autonómica, dentro do contexto politico portugués.
- desenvolver contactos priviligiados (directos) a nivel económico e cultural com a Galiza e com as outras regiões portugueseas.

A partir desta fase, programar algo seria política-ficção, e esse não é o nosso propósito.
Relativamente ao apresentado, mantemo-nos "à escuta" dos argumentos, a favor e alternativos,.
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O "JN" promoveu um inquérito entre os leitores sobre a Regionalização.

A Regionalização voltou ao debate político.
Está favor ou contra? Com ou sem referendo?

Na semana entre 05/05/07 e 12/05/07 o resultado foi:
1: a favor, sem referendo…..…..55 %
2: a favor, com referendo…..…. 21 %
3: contra a regionalização……..22 %

Assim que : 76% a favor e 22% em contra…