domingo, 13 de maio de 2007

Região Portucalense

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passinho a passinho
se faz o caminho
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"Presentemente, a oligarquia política e financeira instala as estruturas de uma Europa devoradora das nações que a constituem, construindo um espaço económico isento de cultura tradicional e, consequentemente, inibidor de afirmações nacionalistas.
Uma Europa de populações, que não de povos, convertidas em massa amorfa de consumidores !

O amálgama de nações em países, iniciado há séculos por nobrezas de auto-nomeação, impostas pelo sabre e pelo hissope, preverteu a realidade cultural de uma Europa que, depois de massacrada por uma religiosidade alógena, retalhada e remendada ao sabor de impérios, monarquias e repúblicas, invadida, bombardeada e ocupada por forâneos que lhe ditaram a norma política em que deveria sobreviver, não perdeu as profundas raizes de um conjunto de povos que não foram eleitos por nada nem por ninguém, senão por si mesmo !
in Gallaecia
13/04/2007
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A Região Norte de Portugal e a Galiza (Noroeste Peninsular) formam um território de 50 000 quilómetros quadrados onde vivem seis milhões de pessoas, unidas por uma cultura e uma etnia maioritariamente comum.

O Noroeste Peninsular é, ainda, essencialmente rural (um bem a preservar) embora com um sistema urbano disseminado uniformemente por todo o território, essencialmente composto de pequenas cidades se exceptuarmos Porto, Vigo, Braga e Corunha.

Economicamente distinguimos uns vinhos únicos do mundo (Porto e Alvarinho), têxteis, mobiliário, construção naval, fabrico de automóveis, produção eléctrica, novas tecnologías, criação de gado (carne, leite e peles), pescas, importantes grupos de distribuição alimentar, rede de estâncias termais, turismo gastronómico, de praia e de montanha etc.

Excelentes portos marítimos (Vigo, Leixões, Corunha, Viana), quatro aeródromos internacionais (1 no Norte e 3 na Galiza), modernas redes rodoviárias e ferroviárias, Universidades de excelência etc, etc.

Independentemente do antes dito, é sociologicamente incontestável que Galiza e Norte de Portugal formam uma unidade étnico cultural que é um paradigma de Nação.
Essa realidade é perfeitamente ressentida numa simples viagem e consequente diálogo com as gentes locais, assim como é verificável um desfazamento (essencialmente cultural) entre o Norte de Portugal e o resto do País.
Meter a cabeça na areia, como o avestruz, não altera em nada a realidade!

Significa isso que devemos propugnar uma integração "imediata" entre o Norte e a Galiza?
Pese à História, e à pré-História, que evidenciam uma identificação etno-cultural entre as duas regiões, a mesma História também nos mostra que existe uma separação "de facto" entre as citadas regiões, uma separação política que persiste há mais de oito séculos, e que, tendo sido incorporadas cada uma delas num "país" diferente, provocou "fracturas" que têm que ser tomadas em consideração.

Enquanto o Norte permanece "integrado" em Portugal, administrativamente e politicamente dependente do governo instalado em Lisboa, culturalmente sujeito a um colonialismo omnipresente em todos os meios de comunicação (principalmente na rádio e televisão), a Galiza está há anos com governo autonómico próprio, o que lhe permitiu ir progressivamente criando os seus quadros técnicos, instalar meios de informação galegos (jornais, rádios e televisões), organizações políticas, sindicatos e universidades não-dependentes de Madrid, etc, etc.
Propor uma "integração" Galiza-Norte, não corresponderia a um sinoceismo, mas sim a uma absorção de um Norte autonomicamente inexperiente, economicamente desiquilibrado, totalmente dependente do bom ou mau humor do Terreiro do Paço, por uma Galiza pujante e decidida, antes de mais, a obter um novo mercado para os seus produtos, sejam eles industriais, comerciais ou culturais.
Consideramos que, pelo menos na actualidade, e num futuro a médio prazo, é absolutamente imprudente (pelo menos) sugerir semelhante solução.

Devemos, e com urgência, conseguir a Regionalização do Norte, avançar numa autonomia como a da Madeira (por exemplo) e ir formando técnicos e políticos capazes de consolidar a nossa alternativa, sem menosprezar os contactos priviligiados que podemos (e devemos) manter com as outras regiões portuguesas, obviamente em contactos bi-laterais, sem dependência de nenhum Estado centralista.

Se quizermos elaborar uma espécie de eixo sintagmático, poderiamos, sinteticamente indicar os passos a seguir, planificando as acções de uma 1ª fase:
- obter a Regionalização, que obviamente seria dentro de um quadro de grande dependência pois o Estado-central não cederá facilmente.
- conquistar, progressivamente, mais autonomia (informativa, cultural, administrativa e financeira) e demonstrar ao povo o beneficio da solução.
- avançar para uma verdadeira descentralização política formando, como na Galiza, um governo autonómica, dentro do contexto politico portugués.
- desenvolver contactos priviligiados (directos) a nivel económico e cultural com a Galiza e com as outras regiões portugueseas.

A partir desta fase, programar algo seria política-ficção, e esse não é o nosso propósito.
Relativamente ao apresentado, mantemo-nos "à escuta" dos argumentos, a favor e alternativos,.
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O "JN" promoveu um inquérito entre os leitores sobre a Regionalização.

A Regionalização voltou ao debate político.
Está favor ou contra? Com ou sem referendo?

Na semana entre 05/05/07 e 12/05/07 o resultado foi:
1: a favor, sem referendo…..…..55 %
2: a favor, com referendo…..…. 21 %
3: contra a regionalização……..22 %

Assim que : 76% a favor e 22% em contra…

3 comentários:

Anónimo disse...

A mi modo de ver, el problema de la propuesta del Sr. Lugano se encuentra en que, como podemos observar en Vascongadas, los más radicales y violentos se adueñan del poder y podrían someter al entrañable Norte de Portugal a un proceso de "batasunización" o "albanización". Como botón de muestra, puede verse en la página web de Libertad Digital a unos jóvenes independentistas galegos (algunos encapuchados) provocando e insultando a las víctimas del terrrorismo (Ça suffit.....!) en la ciudad de Vigo, el día 12 de mayo....Sería ciertamente lamentable pasar del "Lusitania Felix" al "Too quisque se casca en la tasca......"

Anónimo disse...

Gelmirez o norte de Portugal é Galaico. Como tal o unico caminho correcto é o da independencia.
Nao percebo porque deseja que o Norte fique em mãos Lusitanas se o Norte é Galaico.

Nao seria nada lamentavel passar de colonia do imperialismo lusitano para a liberdade e independencia Galaica. O nosso povo tem direito à sua independencia e a governar-se a si proprio, assim como qualquer povo europeu tem.

Antonio Lugano disse...

Para o mui prezado Sr. Gelmirez
O risco dos violentos é uma constância que não podemos evitar, mas que podemos controlar e diminuir-lhe os efeitos, tal como estava a ser realizado com as "vascongadas" até que o PSOE-PRISA optou pela rendição.
Um processo politico não pode ser anulado pelo "medo aos violentos"!
Por outro lado, o proposto é exactamente o oposto ao realizado em Espanha, onde o nacionalismo da "Espanha indivisível" nada mais fez que entregar a iniciativa "autonómica" às organizações marxistas.
A roda da História pode avançar mais ou menos lentamente, mas não para e, menos ainda, recua.
Compete-nos, aos não liberal-marxistas, retomar a iniciativa histórica e encontrar soluções que promovam a realidade etno-cultural dos povos, evitando as situações de usurpação de identidade porque nos mantemos a defender caducos mitos politico-religiosos.
O da "Lusitania Felix" soa, para nós portucalenses, assim como para as gentes concernentes, o do Al-Andaluz de Salamanca a Huelva…