segunda-feira, 2 de julho de 2007

Exigir a Regionalização...




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ou continuar avestruz ?
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Excerto de uma entrevista concedida ao "JN" pelo Presidente da Galiza (Emilio Perez Touriño), publicada em 25 de Junho de 2007.

JN
Como um bom conhecedor do Norte de Portugal, o que é que acha que impediu a região de evoluir?
EPT
Quando olho para trás sinto-me um pouco surpreendido. Recordo que, há dez anos, era ao contrário.
Nos anos 90, tinha a impressão de que os galegos olhavam o Norte de Portugal e para o Porto como uma referência emergente.
As coisas evoluíram de forma díspar e talvez nós, nos finais da década de 90, tenhamos acelerado mais o passo e aproveitado oportunidades.
Provavelmente a Região Norte foi um pouco mais lenta na sua evolução, mas creio que nada a impede de pensar num futuro optimista.

JN
Em que medida a descentralização política podia ajudar o Norte?
EPT
A descentralização política, a autonomia, ajudou muito ao que o meu antecessor (Fraga Iribarne) chamava de auto-identificação do país, ao gerar forças próprias e estímulos endógenos. Mas não é o cem por cento da explicação. Tem também muito a ver com iniciativa empresarial.
A autonomia foi um factor decisivo para gerar iniciativa empresarial, para lhe dar asas, para que voassem as iniciativas e para dotar a Galiza de equipamentos, de serviços, de estruturas, e para o crescimento das universidades.
A excelência empresarial tem muito a ver com o âmbito autonómico.
Mas, dito isto, também é verdade que a própria iniciativa empresarial, que umas vezes acerta e outras não, foi determinante.

JN
Entende que, com a regionalização, Portugal poderia ser hoje um país diferente?
EPT
Diferente sem dúvida e, com a prudência extrema a que me obriga a minha responsabilidade institucional e o respeito que devo a um país amigo, ao seu Governo e às suas decisões, creio que esse é um caminho que vale a pena percorrer.
A experiência espanhola foi extremamente positiva. Há uma leitura a fazer passado este tempo.
Além de nos resolver um problema de diferenças culturais, linguísticas, políticas do Estado espanhol, a autonomia foi muito positiva do ponto de vista dos efeitos de descentralização política e económica.
Ajudou a melhorar o ritmo, o andamento, a autoconfiança, a estabilidade, etc. E isso é quantificável em termos económicos.
A regionalização é uma aposta que acompanho de perto com muita atenção e com muita vontade que resulte.
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comentário
Enquanto isto… as gentes do Norte de Portugal continuam à espera que o Terreiro do Paço "faça o favor", se não se importa, de dizer o que prevê que vai pensar sobre o assunto…
Talvez "descentralize" uns escritórios de algum subsecretário… construa um TGV que permita ir a Lisboa prestar vassalagem mais rapidamente… enviar uns subsidios… enfim, daqui a dez anos voltarão a falar no assunto.

O servo mais subjugado é aquele que não é consciente de o ser !
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1 comentário:

Anónimo disse...

Y los gallegos hispanohablantes.....¿Qué tal lo pasan en la Galicia del Sr. Touriño?