quinta-feira, 5 de julho de 2007

Regionalizar é um objectivo politico !


criemos um
"Movimento Cívico"

É por demais óbvio que a oligarquia (política e empresarial) está contra a perda do poder centralizado nas margens do Tejo.
Se, por circunstâncias que lhe são estranhas, tiverem que ceder a uma descentralização, decidirão por um esquema regional que mais não será que um criar empregos e subvenções para os "políticos da praça" e montar uma pseuda administração local.

E isso é uma falácia, um engano, uma burla demagógica…

Os políticos que até hoje têm sido simples títeres de um poder centralizado, não se vão converter (por arte de magia) em consequentes regionalistas.
Sejamos conscientes que as organizações políticas, há mais de trinta anos alternando-se no poder, nada fizeram para que a Regionalização avançasse !
Somente os ingénuos podem manter confiança nessas instituições.

O Prof. Freitas do Amaral, na sua última aula na Universidade Nova declarou, na presença do 1º ministro sr. Pinto de Sousa, que "a não realização do "Regionalização" prevista na Constituição deve ser considerado "uma ilegalidade por omissão".

O Prof. José Marques dos Santos, reitor da Universidade do Porto, afirmava em recente entrevista ao "JN":
Os empresários e os artistas vão todos para Lisboa. Às vezes, interrogo-me se estão à espera de algum deus que venha criar as condições na região.(…)

De todas estas afirmações retira-se a conclusão de que para além de ilegal, a omissão da regionalização perturba e desiquilibra o indispensável desenvolvimento do Norte do País.

Porém, não nos deixemos enganar, a "Regionalização sugerida" actualmente pelos políticos de turno insere-se num contexto meramente administrativo e consentâneo com a sua continuidade (deles políticos) como oligarquia nacional com funções delegadas nas Regiões.
E isso não é "Regionalização", mas sim uma falácia, uma mais que nos querem impingir.

A "Regionalização" impõe-se essencialmente por quatro factores:

1. de ordem cultural
pelas tradições, costumes e "falares", patrimonio cultural de várias regiões, em vias de esvaecimento pela pressão normalizadora com origem no Estado, que a provoca desde os meios de comunicação (rádio, Tv e imprensa) e pela manipulação do ensino na disciplina de História.

2. de ordem administrativa
pela dependência da burocracia estatal relativamente às decisões de processos administrativos, exageradamente tomadas desde o omnipresente centralismo "da capital".

3. de ordem económica
pela total subalternidade aos projectos e decisões de um governo central alheio às realidades económicas, às exigências e carências de povos que, cada vez mais, são atingindos pelo desemprego e pela falta de recursos.

4. de ordem política
pela evidente irresponsabilidade dos governos que legislam e executam como se os povos da periferia fossem feudos do Terreiro do Paço.

Sem meios de comunicação locais, sem autonomia administrativa, sem políticos locais, não dependentes de organizações políticas sediadas na "capital", a "Regionalização" continuará pendente.

Os partidos políticos encerram-nos numa "jaula política" que nos pretende manipular e coarctar a liberdade de acção.

Sejamos claros e directos : não nos interessam as soluções apresentadas pelos políticos comprometidos com a oligarquia, nem a sua participação !

Somente os aceitaremos como individuos, como colaboradores livres de dependências partidárias.

Devemo-nos organizar com base na sociedade civil… não nas estruturas políticas enfeudadas ao poder centralizador.
E a sociedade civil não tem socialistas, social-democratas, comunistas ou fascistas, mas sim individuos, operários e técnicos, profissões liberais e funcionários públicos, estudantes e professores, homens e mulheres…
Todos unidos no propósito de desenvolver a comunidade onde vivem e compartilham penas e alegrias !

Através de associações, grupos, colectividades e fundações, lancemos as bases de um "Movimento Cívico" capaz de impor a decisão de um povo que recusa acatar cobardemente as decisões de grupos políticos que, em trinta e três anos, já manifestaram toda a "grandiosidade" da sua corrupção e da sua inépcia.

Compete-nos tomar a iniciativa.

As vitórias conquistam-se !

3 comentários:

Oscar de Lis disse...

Grande postagem esta que aqui traz você, onde fica claro o caminho a seguir num processo de regionalizaçom. Mas eu nom acredito na sua ilussom polo sistema autonómico. Nele nom se dam tampouco as características da verdadeira regionalizaçom, porque as empresas olham para Madrid e a administraçom, polo geral, também. É certo que temos umha televisom própria, gerida desde Compostela, mas pouco pode contra o resto de emisoras que se vem desde Madrid. O processo de regionalizaçom do Norte do actual Portugal deveria ser apenas um passo intermeio na unificaçom com a Galiza autónoma do estado espanhol, para formarem ambas um núcleo na Uniom Europeia, eventualmente um estado próprio. Mas é verdade que qualquer avanço nesse sentido se vai atingir apenas graças a algum movimento cívico que pouco a pouco tem de ir ganhando força. Desde a Galiza autónoma haverá sempre grupos e energias a apoiar as relaçons com a Regiom Norte. Compete-nos, como você diz, tomar a iniciativa.

Antonio Lugano disse...

ao "oscar de lis"
Comparto a sua análise.
Cordial Saudaçom

Anónimo disse...

Tem aqui mais apoiantes, temos de nos unir!

Viva a Galiza e o Norte de Portugal, nossas terra-mãe!