quarta-feira, 13 de junho de 2007

Assim se entende a gente ! (3/5)



.

o "falar" Lisbonense

.

Na verdade não é preciso ser especialista para verificar as evidentes particularidades do falar lisbonense que se expande sob a poderosa influência da rádio e da televisão, absorbido pela mentalidade pacóvia ambiente, tornando-se dominante em grandes áreas do pais incluindo o Norte que, decididamente, anda muito distraido.

Por exemplo, "piscina" diz-se "pichina", "disciplina" diz-se "dichiplina".
E a mesma anomalia de pronúncia se verifica geralmente em todos os grupos "sce" ou "sci":
"crecher" em vez de "crescer", "seichentos" em vez de "seiscentos", e assim por diante.

O mesmo sucede quando uma palavra terminada em "s" é seguida de outra começada por "si" ou "se".
Por exemplo, na expressão "os sintomas" sai algo parecido com "uchintomas", "dois sistemas" como "doichistemas".
Ainda na mesma linha a própria pronúncia "de Lisboa" soa tipicamente a "L'jboa".

Outra divergência notória tem a ver com a pronúncia dos conjuntos "-elho" ou" -enho", que soam cada vez mais como "-ânho" ou "-âlho", como ocorre por exemplo em "coelho", "joelho", "velho", frequentemente ditos como "coâlho", "joâlho" e "vâlho".

Uma outra tendência cada vez mais vulgar é a de comer os sons, sobretudo a sílaba final, que fica reduzida a uma consoante aspirada.
Por exemplo: "pov'" ou "continent'", em vez de "povo" e de "continente".
Mas essa fonofagia não se limita às sílabas finais.
Se se atentar na pronúncia da palavra "Portugal", ela soa muitas vezes como algo parecido com "P'rt'gâl".

O que é mais grave é que esta forma de falar lisboeta não se limita às classes populares, antes é compartilhada crescentemente por gente letrada e pela generalidade do mundo da comunicação audiovisual.

E digam-me, por favor, que tem esta pronúncia de melhor que a do Norte, sem "Vs" e com o "ão" pronunciado como "om" ?
Pelo contrário, o "falar do Norte" está muito mais próximo do galaico-portucalense, que é a lingua original que ensinamos às gentes do Sul.

Enfim, são particularidades linguísticas perfeitamente compreensíveis.
Mantenham eles a pronúncia que têm e, quanto a nós (nortenhos), mantenhamos a nossa.
Chama-se a isso "preservar a identidade" !

1 comentário:

Anónimo disse...

Con frecuencia se dice "escuts" en vez de "escudos" y "manhé" por "manhá".........