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passinho a passinho
se faz o caminho
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"Presentemente, a oligarquia política e financeira instala as estruturas de uma Europa devoradora das nações que a constituem, construindo um espaço económico isento de cultura tradicional e, consequentemente, inibidor de afirmações nacionalistas.
Uma Europa de populações, que não de povos, convertidas em massa amorfa de consumidores !
O amálgama de nações em países, iniciado há séculos por nobrezas de auto-nomeação, impostas pelo sabre e pelo hissope, preverteu a realidade cultural de uma Europa que, depois de massacrada por uma religiosidade alógena, retalhada e remendada ao sabor de impérios, monarquias e repúblicas, invadida, bombardeada e ocupada por forâneos que lhe ditaram a norma política em que deveria sobreviver, não perdeu as profundas raizes de um conjunto de povos que não foram eleitos por nada nem por ninguém, senão por si mesmo !
in Gallaecia
13/04/2007
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A Região Norte de Portugal e a Galiza (Noroeste Peninsular) formam um território de 50 000 quilómetros quadrados onde vivem seis milhões de pessoas, unidas por uma cultura e uma etnia maioritariamente comum.
O Noroeste Peninsular é, ainda, essencialmente rural (um bem a preservar) embora com um sistema urbano disseminado uniformemente por todo o território, essencialmente composto de pequenas cidades se exceptuarmos Porto, Vigo, Braga e Corunha.
Economicamente distinguimos uns vinhos únicos do mundo (Porto e Alvarinho), têxteis, mobiliário, construção naval, fabrico de automóveis, produção eléctrica, novas tecnologías, criação de gado (carne, leite e peles), pescas, importantes grupos de distribuição alimentar, rede de estâncias termais, turismo gastronómico, de praia e de montanha etc.
Excelentes portos marítimos (Vigo, Leixões, Corunha, Viana), quatro aeródromos internacionais (1 no Norte e 3 na Galiza), modernas redes rodoviárias e ferroviárias, Universidades de excelência etc, etc.
Independentemente do antes dito, é sociologicamente incontestável que Galiza e Norte de Portugal formam uma unidade étnico cultural que é um paradigma de Nação.
Essa realidade é perfeitamente ressentida numa simples viagem e consequente diálogo com as gentes locais, assim como é verificável um desfazamento (essencialmente cultural) entre o Norte de Portugal e o resto do País.
Meter a cabeça na areia, como o avestruz, não altera em nada a realidade!
Significa isso que devemos propugnar uma integração "imediata" entre o Norte e a Galiza?
Pese à História, e à pré-História, que evidenciam uma identificação etno-cultural entre as duas regiões, a mesma História também nos mostra que existe uma separação "de facto" entre as citadas regiões, uma separação política que persiste há mais de oito séculos, e que, tendo sido incorporadas cada uma delas num "país" diferente, provocou "fracturas" que têm que ser tomadas em consideração.
Enquanto o Norte permanece "integrado" em Portugal, administrativamente e politicamente dependente do governo instalado em Lisboa, culturalmente sujeito a um colonialismo omnipresente em todos os meios de comunicação (principalmente na rádio e televisão), a Galiza está há anos com governo autonómico próprio, o que lhe permitiu ir progressivamente criando os seus quadros técnicos, instalar meios de informação galegos (jornais, rádios e televisões), organizações políticas, sindicatos e universidades não-dependentes de Madrid, etc, etc.
Propor uma "integração" Galiza-Norte, não corresponderia a um sinoceismo, mas sim a uma absorção de um Norte autonomicamente inexperiente, economicamente desiquilibrado, totalmente dependente do bom ou mau humor do Terreiro do Paço, por uma Galiza pujante e decidida, antes de mais, a obter um novo mercado para os seus produtos, sejam eles industriais, comerciais ou culturais.
Consideramos que, pelo menos na actualidade, e num futuro a médio prazo, é absolutamente imprudente (pelo menos) sugerir semelhante solução.
Devemos, e com urgência, conseguir a Regionalização do Norte, avançar numa autonomia como a da Madeira (por exemplo) e ir formando técnicos e políticos capazes de consolidar a nossa alternativa, sem menosprezar os contactos priviligiados que podemos (e devemos) manter com as outras regiões portuguesas, obviamente em contactos bi-laterais, sem dependência de nenhum Estado centralista.
Se quizermos elaborar uma espécie de eixo sintagmático, poderiamos, sinteticamente indicar os passos a seguir, planificando as acções de uma 1ª fase:
- obter a Regionalização, que obviamente seria dentro de um quadro de grande dependência pois o Estado-central não cederá facilmente.
- conquistar, progressivamente, mais autonomia (informativa, cultural, administrativa e financeira) e demonstrar ao povo o beneficio da solução.
- avançar para uma verdadeira descentralização política formando, como na Galiza, um governo autonómica, dentro do contexto politico portugués.
- desenvolver contactos priviligiados (directos) a nivel económico e cultural com a Galiza e com as outras regiões portugueseas.
A partir desta fase, programar algo seria política-ficção, e esse não é o nosso propósito.
Relativamente ao apresentado, mantemo-nos "à escuta" dos argumentos, a favor e alternativos,.
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O "JN" promoveu um inquérito entre os leitores sobre a Regionalização.
A Regionalização voltou ao debate político.
Está favor ou contra? Com ou sem referendo?
Na semana entre 05/05/07 e 12/05/07 o resultado foi:
1: a favor, sem referendo…..…..55 %
2: a favor, com referendo…..…. 21 %
3: contra a regionalização……..22 %
Assim que : 76% a favor e 22% em contra…