"opiniões e argumentos"
Li um comentário no "http://arqueofuturista.wordpress.com", em resposta a um leitor, que me permito transcrever (resumindo) e analisar :
Li um comentário no "http://arqueofuturista.wordpress.com", em resposta a um leitor, que me permito transcrever (resumindo) e analisar :
"O passado cultural da Calécia está tão olvidado quanto o das outras regiões da antiga Hispânia.
(…) se é útil estudar e conhecer o passado remoto do nosso povo português, também é sobremaneira importante compreender que o combate identitário actual está longe de animar aspirações anacrónicas e irrealizáveis como é essa ideia de uma Calécia independente ou incorporada na Galiza."
.
Creio que o passado cultural das regiões "da antiga Hispânia" não está igualmente olvidado em todas elas !
O processo autonómico espanhol permitiu um relançamento cultural das nações que se encontravam há séculos "castelhanizadas" e hoje podemos constatar o reaparecimento de linguas que estiveram proibidas (basco, galego, catalão, valenciano, asturo-leonês …) e a expansão de costumes, folclores e tradições que o centralismo cultural castelhano tinha tornado confidencial.
O elevado desenvolvimento económico da autonomias como Catalunha, País Basco ou Galiza, é hoje um dado adquirido !
A opinião de que uma Calécia independente ou incorporada na Galiza são "aspirações anacrónicas e irrealizáveis" é perfeitamente respeitável, assim como a contrária também o é, embora não a comparta, pelo menos no formato tão redutor em que a apresenta.
Com efeito, uma Calécia, no sentido de Região Norte, independente, é um contrasenso que nunca ouvi ou vi defendido por ninguém desta Região. É uma opinião forânea que, mantendo-nos dentro dos nossos habituais limites de moderação, poderiamos classificar de provocatória… se é que alguma vez foi formulada !
Quanto à "incorporação" da Calécia na Galiza é talvez uma visão modernista, uma perspectiva angular desde o Centro Cultural de Belém (para não insistir no Terreiro do Paço), que não representa a característica bravura e altivez do povo nortenho.
Parece-me teóricamente aceitável, num futuro mais ou menos longinquo, o retorno a uma Região compartida por um mesmo povo, uma mesma lingua, uma mesma cultura… A "incorporação", no sentido de "anexação", não é seguramente um projecto nortenho !
Gallaecia é um todo étnico e cultural, separado por uma fronteira politico-religiosa, com o a parte norte (Galiza) saindo de um processo de castelhanização, e a parte sul (Região Norte) submetida hà séculos a uma colonização política de um governo centralista.
No presente, a Região Norte, se for aceite como tal, continuará a ser parte integrante de Portugal, colaborando e participando num destino, numa História, que tem sido comum há séculos. E estou íntimamente convencido de que assim pensa a maioria dos nortenhos !
Porém, se o Estado portugués mantêm as discriminações politico-económicas, se continua a mega-concentração numa espécie de "capital-estado", pode iniciar-se um processo de desagregação, latente já em várias Regiões do País (não somente na Região Norte).
Olhar para o lado e assobiar, ou pretender desqualificar o que não agrada (recurso frequente), não me parece procedimento convincente.
Pretender alterar os factos pela teoria não altera em nada a realidade !
(…) se é útil estudar e conhecer o passado remoto do nosso povo português, também é sobremaneira importante compreender que o combate identitário actual está longe de animar aspirações anacrónicas e irrealizáveis como é essa ideia de uma Calécia independente ou incorporada na Galiza."
.
Creio que o passado cultural das regiões "da antiga Hispânia" não está igualmente olvidado em todas elas !
O processo autonómico espanhol permitiu um relançamento cultural das nações que se encontravam há séculos "castelhanizadas" e hoje podemos constatar o reaparecimento de linguas que estiveram proibidas (basco, galego, catalão, valenciano, asturo-leonês …) e a expansão de costumes, folclores e tradições que o centralismo cultural castelhano tinha tornado confidencial.
O elevado desenvolvimento económico da autonomias como Catalunha, País Basco ou Galiza, é hoje um dado adquirido !
A opinião de que uma Calécia independente ou incorporada na Galiza são "aspirações anacrónicas e irrealizáveis" é perfeitamente respeitável, assim como a contrária também o é, embora não a comparta, pelo menos no formato tão redutor em que a apresenta.
Com efeito, uma Calécia, no sentido de Região Norte, independente, é um contrasenso que nunca ouvi ou vi defendido por ninguém desta Região. É uma opinião forânea que, mantendo-nos dentro dos nossos habituais limites de moderação, poderiamos classificar de provocatória… se é que alguma vez foi formulada !
Quanto à "incorporação" da Calécia na Galiza é talvez uma visão modernista, uma perspectiva angular desde o Centro Cultural de Belém (para não insistir no Terreiro do Paço), que não representa a característica bravura e altivez do povo nortenho.
Parece-me teóricamente aceitável, num futuro mais ou menos longinquo, o retorno a uma Região compartida por um mesmo povo, uma mesma lingua, uma mesma cultura… A "incorporação", no sentido de "anexação", não é seguramente um projecto nortenho !
Gallaecia é um todo étnico e cultural, separado por uma fronteira politico-religiosa, com o a parte norte (Galiza) saindo de um processo de castelhanização, e a parte sul (Região Norte) submetida hà séculos a uma colonização política de um governo centralista.
No presente, a Região Norte, se for aceite como tal, continuará a ser parte integrante de Portugal, colaborando e participando num destino, numa História, que tem sido comum há séculos. E estou íntimamente convencido de que assim pensa a maioria dos nortenhos !
Porém, se o Estado portugués mantêm as discriminações politico-económicas, se continua a mega-concentração numa espécie de "capital-estado", pode iniciar-se um processo de desagregação, latente já em várias Regiões do País (não somente na Região Norte).
Olhar para o lado e assobiar, ou pretender desqualificar o que não agrada (recurso frequente), não me parece procedimento convincente.
Pretender alterar os factos pela teoria não altera em nada a realidade !
5 comentários:
Boa resposta.
Os Lusitanos têm um ódio e raiva enorme quando se fala em Galécia.
Se estivessemos a falar de Lusitania ja diziam que eram muito diferentes do resto da Espanha, estamos a falar de Galécia já dizem que é igual à Lusitânia e ao resto da Espanha lol
Enfim.. meteram-lhes na cabeça que são Lusitanos e que são os maiores da Peninsula e agora ninguem lhes tira isso da cabeça..
Lusitanos! calaicos! mas em que época estás rapazola? Onde estão os vetões, e os cónios por exemplo? Vai-te curar.
os calaicos ainda existem, nao desapareceram no tempo dos romanos o rapazola.
Os lusitanos é que sim desapareceram.
Engraçado, passam a vida a falar em lusitanos e nunca vêm com esta desculpa, mas basta falar de calaicos e já vêm com esta desculpa..
Parabéns, desde Galiza nunca se falou de incorporar o norte de Portugal, fálase de uma eurorregiom, é dizer unha unidade em igualdade de condicioes.
Gente coma Jose Silva fala coma se Galiza fose uma toupa de Madrid para colonizar Portugal, cando o que procuramos os galegos que vemos com bos olhos uma aproximaçao ao norte de Portugal é fugir do centralismo espanhol.
Madrid é Lisboa som os máis interesados em uma separaçom entre os dous povos, ja que juntos teríamos màis força e seriamos menos controlaveis.
Mais o achegamento estase a dar de jeito natural, cada día é maior o tráfego de mercadorías e trabalhadores nos dous sentidos.
Un canto a Galiza, hey.....!
Enviar um comentário